Saiba como identificar um comportamento suicida

Erros e preconceitos vêm sendo historicamente repetidos, contribuindo para formação de um estigma em torno de doenças mentais e do comportamento suicida. O estigma resulta de um processo em que pessoas são levadas a se sentirem envergonhadas, excluídas e discriminadas. O acesso à informação é o que descontrói o estigma. Confira a seguir algumas crenças populares e esclarecimentos sobre o tema.

O que as pessoas falam: O suicídio é uma decisão individual, já que cada um tem pleno direito a exercitar o seu livre arbítrio.

O que realmente ocorre: Os suicidas têm uma doença que altera, de forma radical, a sua percepção da realidade e interfere em seu livre arbítrio. O tratamento eficaz da doença mental é o pilar mais importante da prevenção do suicídio. Após o tratamento da doença mental que o indivíduo apresenta, o desejo de se matar desaparece. 

O que as pessoas falam: Quando uma pessoa pensa em se suicidar terá risco de suicídio para o resto da vida

O que realmente ocorre:  O risco de suicídio pode ser eficazmente tratado e, após isso, a pessoa não estará mais em risco.

O que as pessoas falam: As pessoas que ameaçam se matar não farão isso, querem apenas chamar a atenção

O que realmente ocorre: A maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte e pode sim agir. Boa parte dos suicidas expressou, em dias ou semanas anteriores, frequentemente aos profissionais de saúde, seu desejo de se matar. Avaliar que é apenas uma forma de chamar atenção é minimizar uma doença real e um comportamento perigoso, que causa muito sofrimento.

O que as pessoas falam: Se uma pessoa que se sentia deprimida e pensava em suicidar-se passa a se sentir melhor, normalmente isso significa que o problema passou

O que realmente ocorre: Se alguém que pensava em suicidar-se de repente parece tranquilo, aliviado, não significa que o problema já passou. Uma pessoa que decidiu suicidar-se pode sentir-se “melhor” ou sentir-se aliviado simplesmente por ter tomado a decisão de se matar. Neste momento de aparente melhora, é crucial o acompanhamento próximo da família e equipe médica.

O que as pessoas falam: Quando um indivíduo mostra sinais de melhora ou sobrevive à uma tentativa de suicídio, está fora de perigo

O que realmente ocorre:  Um dos períodos mais perigosos é quando se está melhorando da crise que motivou a tentativa, ou quando a pessoa ainda está no hospital, na sequência de uma tentativa. A semana que se segue à alta do hospital é um período durante o qual a pessoa está particularmente fragilizada. Como um preditor do comportamento futuro é o comportamento passado, a pessoa suicida muitas vezes continua em alto risco.

O que as pessoas falam: Não devemos falar sobre suicídio, pois isso pode aumentar o risco

O que realmente ocorre: Falar sobre suicídio não aumenta o risco. Muito pelo contrário, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.

O que as pessoas falam: É proibido que a mídia aborde o tema suicídioO que realmente ocorre: A mídia tem obrigação social de tratar deste importante assunto de saúde pública e abordar este tema de forma adequada. Isso não aumenta o risco de uma pessoa se matar; ao contrário, é fundamental dar informações à população sobre o problema, onde busca ajuda, entre outros esclarecimentos. t

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